Após sofrer um acidente doméstico no sábado, dia 19 de outubro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) precisou cancelar sua viagem para a 16ª Cúpula dos Brics, que aconteceria em Kazan, Rússia. Lula sofreu uma queda em sua residência oficial, o Palácio do Alvorada, e precisou receber pontos na cabeça. Segundo os médicos, ainda há risco de sangramento intracraniano, o que justifica a necessidade de repouso e novos exames nos próximos dias. As próximas avaliações médicas estão previstas para terça-feira (22/10) ou quarta-feira (23/10), enquanto isso, não haverá atualizações sobre seu estado de saúde ou compromissos oficiais agendados para o início da semana.
Acidente evita possível ‘saia justa’ para Lula na Cúpula dos Brics
A ausência de Lula na cúpula evita uma possível “saia justa” diplomática. O encontro poderia trazer um desconforto ao Brasil devido à proposta de incluir Venezuela e Nicarágua como parceiros do Brics, um bloco que busca reformar a governança global e promover a cooperação entre países emergentes. A inclusão desses dois países, que são fonte de controvérsia na política internacional, especialmente para o Brasil, foi sugerida pela Rússia. A adesão da Venezuela, liderada por Nicolás Maduro, pode ser vista como um reconhecimento tácito da vitória eleitoral de Maduro, algo que o governo brasileiro ainda não reconheceu oficialmente. Já em relação à Nicarágua, o próprio Daniel Ortega havia rompido relações com o Brasil, o que torna a situação ainda mais delicada.
A Expansão do Brics e os Desafios Diplomáticos
Criado em 2009, durante o segundo mandato de Lula, o Brics – composto por Brasil, Rússia, Índia, China e, posteriormente, África do Sul – busca impulsionar reformas na governança global. Nos últimos anos, o grupo passou por uma expansão, incluindo países como Egito e Arábia Saudita. Agora, discute-se a inclusão de mais dez países parceiros. No entanto, a entrada de Venezuela e Nicarágua traz desafios, principalmente devido às críticas que Lula poderia enfrentar por aceitar esses países com históricos políticos polêmicos.
Defesa de um Cessar-Fogo na Ucrânia
Durante sua participação no evento por videoconferência, Lula deve reforçar a proposta conjunta do Brasil e da China para estabelecer um cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia. A ideia de avançar em uma solução pacífica foi bem recebida pelo presidente russo, Vladimir Putin, mas enfrenta resistência de Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, que alega que a proposta favorece mais a Rússia.